terça-feira, 4 de setembro de 2007

Gestão

Dia após dia, vemos no noticiário uma infindável relação de casos, de total falência da gestão da coisa pública. Ultimamente é a saúde, greves, provavelmente justas, por melhor remuneração, falta de atendimento básico, equipamentos caríssimos abandonados, sem nunca terem sido usados. Enfim milhões, bilhões desperdiçados, boa parte provavelmente desviados, roubados mesmo.
Antes foi a aviação civil, a próxima a infra-estrutura rodoviária, portuária, quem sabe?
O que significa isso?
Faço uma pergunta: você contrataria um gari, para administrar um pequeno negócio seu? Um lojinha de quinquilharias, uma micro sorveteria artesanal? Acho que não. Entretanto, todos nós fizemos algo semelhante, com a administração do nosso país. É um princípio básico, que para vc administrar algo, por menor e menos complexo que seja, é necessário um mínimo de conhecimento. Conhecimento significa leitura, estudo, instrução.
Mas isso não é importante, não?
Ele chegou lá sem nada disso, não?
Vejamos, ao se propor administrar qualquer atividade, é necessário conhecimento sobre assuntos fiscais, contábeis, organizacionais, relações humanas, conhecimento técnico sobre o produto que vai fabricar, comercializar, "marketing", etc. Um leque de conhecimentos bem variado. Você consegue conceber, que nosso "líder" atual tem algum conhecimento, fora da articulação política, sobre assuntos pertinentes à macro administração pública?
Quantos novos "gestores da coisa pública, foram introduzidos pelo aparelhamento do estado, depois da ascensão ao poder do seu partido?
Administrações passadas não foram brilhantes, houve fisiologismo na distribuição de cargos, porém parecia haver, uma consciência de que a máquina administrativa, por pior que fosse, devia continuar funcionando, administrada por gente que tinha, pelo menos, alguma experiência naquilo que fazia. O que parece estar acontecendo, é que os chamados "administradores", em atividade no momento, não tem sequer cacoete de gestores, acredito que nem sabem o que significa esta palavra.
Fui questionado recentemente, se achava que nada havia sido feito de positivo nestes últimos anos. Não vou ser injusto, não posso negar, que o principal ponto positivo, a economia, foi gerida com muito sucesso. Mas eu pergunto: quem são estes gestores? O mais proeminente, o presidente do Banco Central, é do ramo, é um executivo de grande sucesso, que chegou à presidência de um dos maiores bancos internacionais, por sua própria competência, técnico administrativa. Não conheço o seu caráter, não sei se é honrado, se é sequer uma "boa pessoa", mas isso não importa. O que importa é o resultado. Em qualquer atividade exercida, o que importa é o resultado final. Qualquer empresa, governo, administração ou atividade, só pode ser medida, avaliada, pelos seus resultados.
Pouco importa a ideologia, a filosofia, que são atividades periféricas, o que importa é o resultado final. Os casos de insucessos históricos, de direita ou de esquerda, fracassaram porque falharam em cumprir as promessas de melhoria social e material, a quem os apoiou, na sua ascensão ou tomada do poder.
O atual governo está fazendo, a meu ver, o mínimo necessário para se manter no poder, chegou à conclusão, que sem uma base econômica organizada, nenhum governo, de esquerda ou de direita, é viável.
Uma economia estável e com uma grande arrecadação, gera recursos, para as bem sucedidas "bolsas" família, educação, juventude e outras a serem criadas, que proporcionalmente, são importantíssimas aos nossos miseráveis, que nunca tiveram no passado essa atenção. Isso naturalmente gera votos, de quem intuitivamente interpreta isso como um bom resultado. E não podemos negar que a curto prazo, este é um bom resultado.
O povo russo, quando apoiou a grande revolução, também achou isso, o alemão, quando apoiou Hitler, também achou isso. Quem teve curiosidade, e estudou um pouco, sabe no que deu isso.
Mas esses, são uma irrelevante minoria, não?

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