sábado, 24 de novembro de 2007

Um país de tolos?

Sempre me pergunto, porque somos tão lentos para reagir a fatos e acontecimentos claramente imorais ou ilegais?
Somos todos tolos?
Não, somos todos individualistas, não temos consciência de coletividade, de interesses comuns, de educação, de respeito aos direitos do próximo.
Nossa aparente tolice, advém de um total desinteresse pela informação, pelo conhecimento histórico, por um pouco de cultura. Quando falo "cultura", não me refiro a conhecer os clássicos da literatura, à arte clássica, que realmente são dependentes de um pendor à cultura pura, refiro-me à cultura básica, o conhecimento do que ocorre, ou do que ocorreu no passado, o conhecimento da geografia, onde fica a Europa, a Ásia, coisas simples necessárias à compreensão das notícias. O que temos no ensino de nossas crianças é medíocre, os professores e me refiro a quase todos, do ensino público ao particular, não tem a capacidade, ou o interesse, de motivar o aluno, limitam-se a abranger o texto dos livros "recomendados", que por sinal são medíocres. Quando estudei e nunca fui um aluno exemplar, tive professores, ou melhor "mestres", que se empenhavam em despertar meu interesse pelo que estavam ensinando, nem sempre com sucesso total, é verdade, porém deixaram conceitos que permanecem comigo até hoje.
O nosso ensino começou a declinar durante o período militar e com a "democratização", continuou a declinar. Os "democratas" julgaram, que um país de tolos não era de todo mau, os "socialistas que os sucederam, também gostaram da idéia. O resultado é o que presenciamos agora, pouquíssimas pessoas tem formação que as permitam enxergar, além das manchetes dos jornais, ou às chamadas do Jornal Nacional.
Os "militares" achavam que um país de tolos, teria menos probabilidade de se indignar com seus desmandos, os "democratas" que os tolos elege-los-iam indefinidamente, não importasse o que fizessem e finalmente os "socialistas" que os tolos nunca enxergariam as suas reais intenções, de permanência no poder.
O resultado é um país, tolo, amorfo, indolente, sem qualquer tipo de indignação. Um país onde tudo é permitido, desde que convenha aos interesses das classes dominantes. O povo se indigna contra o que? Contra as manchetes cuidadosamente ressaltadas, a menina presa um mês numa cela com vinte homens, um menino arrastado por sete quilômetros, aquelas chamadas do "Aqui Agora", enfim notícias que chamariam a atenção de qualquer idiota, por mais tolo que seja.
Nada contra a divulgação dessas notícias, afinal elas assim o são. O problema é que elas são a camuflagem do verdadeiro pano de fundo, onde passam desapercebidas as notícias, que deveriam ser analisadas por um leitor mais interessado, mais critico, mais participante.
Não tenho formação humanista, não tenho a preensão de ser um analista de comportamentos sociais, sou um simples engenheiro, que um dia teve a sorte de ter sido ensinado por verdadeiros mestres, que conseguiram despertar meu interesse por algo mais, do que o mínimo necessário para passar de ano no fim do ano, algo que parece inexistir, no nosso sistema educacional atual.