quinta-feira, 26 de maio de 2011

Preconceito linguístico?

Após as últimas eleições, decidi curtir minha frustração e optei pelo silêncio. Consegui mante-lo até há pouco, apesar do dia a dia de nossa política. Consciente de minha pecha de idiota, imposta pelas atitudes de nossos “representantes” no congresso, resisti bravamente a todas as provocações, nestes 5 messes deste ano. Num primeiro momento tive uma primeira impressão, positiva por sinal, da sucessora de LULA. Pelo menos não nos sujeitava quase que diáriamente a suas tiradas populistas, ao seu horrível manusear de nosso idioma..... Preconceito? Talvez, todos temos algum preconceito nos recônditos de nossa mente, alguns inconfessáveis, terrivelmente incorretos politicamente. Enfim foi um benvindo período de paz, quanto às insistentes aparições de nosso ex amado líder (führer?).

Sempre disse que o que preocupava, não era essa fachada populista e simpática, socialmente falando, afinal é inegável um certo avanço, indispensável às aspirações políticas futuras de grande “líder” (führer). O preocupante é a institucionalização da corrupção, a impunidade descarada defendida despudoradamente pelo nosso ex-füh..... ops. “líder”, a manipulação do fisiologismo inerente de nossos políticos. Sim há muito mais por trás dessa “nomenklatura”, que se instalou inspirada na burocracia soviética. Ah não! Diriam meus habituais críticos, paranoia anticomunista não!!! Ninguem seria estúpido o suficiente, para almejar o retorno do comunismo, nem mesmo os chineses, o que querem é a volta do domínio dos mais iguais, sobre os iguais, como diria Orwell.

A parte da corrupção que se tornou endêmica, aparentemente como algo que só nos resta conviver, há algo muito mais sério, no longo prazo, a manipulação da educação, através não só de material didático de péssima qualidade, quanto de conteúdo, visando a perpetuação da ignorância do populacho, mas também a introdução de propaganda política, haja visto a louvação ao grande führer. O que me motivou realmente a retomar uma postura de protesto, foi a introdução do novo conceito de ensino do nosso idioma, de maneira politicamente correta e sem “preconceito”..........como se falar correto fosse algo parecido com homofobia.

A a apologia do uso incorreto do idioma, sob pretexto de não “constranger” o interlocutor ignorante, ou vítima de professores medíocres, pois a mediocridade dos que lecionam é inacreditável, não generalizo, pois o real problema não está nos professores em si, mas na má remuneração que faz com que alguém com um mínimo de vontade de sobreviver, vá exercer qualquer outra profissão.

Este conceito de ensino e tolerância com o uso errado do idioma, é a mesma coisa que nivelar tudo por baixo, pelo medíocre, é simplesmente inacreditável. Tenho assistido a entrevistas onde interlocutores defendem aquela publicação, aceita pelo MEC, dizendo que seria a aceitação de hábitos linguísticos já arraigados!!! “os peixe” é uma expressão idiomática? Um dialeto? Não!! è apenas a demonstração de que a pessoa, não foi ensinada a usar corretamente seu idioma, talvez nem o seu professor soubesse como falar corretamente. De trás disso tudo, há demagogia, uma intenção inconfessável de dar a impressão, que assim aceitando essa excrescência, não estaríamos discriminando os ignorantes, assim eles podem permanecer ignorantes sem se sentir discriminados!!!!

Que atitude é essa? Tolerância com a situação inferior social, já que na realidade não há a menor intenção, de melhorar essa inferioridade social? Quem vai empregar um trabalhador, para desempenhar uma função mais bem remunerada, profissionalmente superior, ele um semi analfabeto? Isso é discriminação? Talvez o precedente seja termos eleito um semi analfabeto, reconhecidamente capaz no manuseio da política e que quer com essa aceitação, fazer média com futuros eleitores numa nova eleição.

Que o MEC tenha endossado essa publicação é sintomático, o “ministro” Haddad, muuuito próximo do ex-führer, faz muito bem a lição de casa, só não sabe gerir seu ministério, o ENEM que o diga. Agora querem lança-lo a candidato à prefeitura de São Paulo.

Com tanta coisa a ser feita no país, é sintomático que um grupo de ideólogos, gaste tempo para planejar uma degradação do ensino, pois é conveniente a manter a massa da população ignorante, apesar de no papel aumentar a população de estudantes, dando a impressão que a educação evolui. Nunca haverá evolução, sem valorizar os professores, estimulando uma melhoria na sua qualificação, através de salários dignos e que permitam o exercício estável da sua profissão.

O termo “gramática culta”, proferido como se fosse algo ao gosto dos “pequenos burgueses”, não tem o menor sentido, como se ser “culto” fosse algo característico das “elites”. Cultura nada tem a ver com o uso correto do idioma. Os ditos cultos, podem rebuscar o seu vocabulário, como o fazem os advogados, que por natureza usam o famoso “legalês”, muitas vezes incompreensível para o leigo. Seria então adequado, reeducar os doutos juristas, a usar uma linguagem mais popular? Ridículo não?

Qual será o próximo passo? Uma aritmética mais popular? Uma física menos “rebuscada”? Talvez aquele prédio que ruiu, construído pelo falecido ex deputado Sérgio Naya, tenha utilizado uma engenharia mais “popular”.

Estamos pagando caro pela nossa insistente indiferença ao ato de votar, que nos caracteriza como um bando de idiotas, aos olhos dos nossos “representantes” no congresso. Os mesmos, vão continuar a legislar em causa própria e como a grande maioria é tão ignorante como seus constituintes, haja visto o demonstrado nas entrevistas do hilário (porém trágico) CQC.