segunda-feira, 31 de março de 2008

Desprezo

Nesta semana que passou, as águas de março fecharam o verão e nós pudemos ver como somos desprezados, como povo, eleitores ou o que mais podem nos considerar. Apenas confirmou-se que somos considerados idiotas mesmo.
Nosso "presidente", embalado pela crescente popularidade, por esta horda de idiotas em que nos encontramos, fez uma defesa eloqüente daquelas duas figuras do nosso folclore político, Severino Cavalcanti e Renan Calheiros. Lembram-se deles? Sim eles mesmos, o do mensalinho e o adúltero esperto.
Paralelo a isto, corre solto o escândalo dos cartões corporativos. Não é fantástico tudo isso? É inacreditável como somos um povo incapaz de se indignar, com o que quer que seja, de vez em quando ficamos assuntados com algum crime bárbaro, com uma "pequena" epidemia de dengue, mas isso é porque parece ser mais provável sermos atingidos.
A mídia ajuda um pouco a expor tudo isso, mas parece estar sempre vinculada ao interesse imediato do assunto, no momento em que o mesmo cai um pouco no interesse que gera audiência, venda de revistas ou jornais, ele é abandonado ao esquecimento. Não é à-toa que o governo suspira aliviado quando algum criminoso rouba a cena praticando um crime espetacular, ou a natureza colabora com alguma catástrofe de grandes proporções.
Mas o que se destaca é o DESPREZO, por todos nós, manifestado nos atos deste governo, que pouco se importa em manifestar apreço por colaboradores que comprovadamente, se aproveitaram de suas posições na estrutura do Estado, para roubar, traficar influência, praticar atos ilícitos. Contam com a fraca memória, característica de nosso povo idiota.
É de virar o estômago, contemplar o sorriso de deboche, estampado nas faces de Severino e Renan. Eles parecem estar dizendo, "Estão vendo? Eu disse que não dava nada não", e como sempre eles tinham razão.
LEMBREM-SE ESTE ANO TEM ELEIÇÕES, PENSEM ANTES DE VOTAR!!!!!!!!!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Preconceito

Porque o governo Lula é tão significativo e polêmico?
Eu não tenho a pretensão, de ser um luminar que enxerga mais, que muita gente mais capaz que eu, com formação em ciência política, com muito mais vivência política, matéria da qual sou um mero diletante interessado. Digo isso para calar um eventual leitor que, com uma certa razão, vai me julgar um pretensioso.
Em minha opinião, Lula desperta paixões, prós e contras, pois ele é surpreendentemente hábil politicamente, dada sua experiência política como líder sindical, que é muito eficiente como formação para o exercício da política, assim como o Kart o é pra a formação de pilotos para a fórmula 1 e acreditem, ele é um Schumaker da política. Eu acredito que seus colegas políticos, que se julgavam muito mais espertos, não se conformam com sua desenvoltura.
Ele é totalmente amoral, tal como seus pares, ele é extremamente hábil em se esquivar de problemas que possam compromete-lo, sabe como ninguém falar a língua do "povo". Fala de uma maneira que se for contestado, transforma-se instantaneamente em uma vítima do preconceito das "elites".
Engraçado, eu estou longe de participar de qualquer elite que seja, eu sou um simples brasileiro que teve a sorte de ter um pouco mais de instrução, do que o resto dessa população ignorante, que sustenta maravilhada, seu benfeitor.
Eu não me considero uma pessoa preconceituosa, mas não nego que me irrita ouvi-lo falar, no seu português claudicante, como 95% do resto da população, daí talvez a facilidade com que consegue a atenção das massas.
Ele e sua corja, sabem muito bem onde gastar o dinheiro público, sabem que enquanto esse dinheiro for gasto em assistencialismo, vão ter uma massa de votos importantíssima. Daí pensarem antes em restringir o crédito para bens de consumo durável, que de mais a mais ainda estão longe da grande massa do povo, antes de controlar os gastos do governo com assistencialismo. Parecem ter hesitado e prosseguir nesta restrição, pois o "establishment" industrial, que o sustenta, rosnou raivosamente e ele que não é bobo, segurou seu patético ministro da fazenda, que como sempre desdisse o que havia dito. Até mesmo Lula, sabe que só o sustentáculo dos miseráveis não basta, ele é pragmático o suficiente, para preservar o seu sustentáculo material/financeiro, afinal ele inteligentemente criou condições para que seus patrocinadores tivessem lucros como nunca tiveram, nestes últimos seis anos. Alguém viu, neste período, a Globo ataca-lo, a Febraban ou a Federação das Industrias investir contra seu governo? Fora algumas críticas contra as taxas de juro, nada, no máximo silêncio.
Ele é um semi analfabeto, assim como 95% da população, mas é muito inteligente, o suficiente para usar o preconceito com que é tratado, a seu favor. Se não nos conscientizarmos disso, ele vai fazer o seu sucessor, para poder voltar ao poder, depois de um mandato tampão do mesmo.
Portanto estas eleições que se aproximam, são muito mais importantes do que parecem, são uma prévia do que vai acontecer nas eleições de 2010.
Esqueçamos o preconceito, levemos a sério quem merece ser levado a sério, votem conscientemente.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Ainda sobre Cuba

Volta e meia somos obrigados a ler e ouvir comentários sobre como Cuba é um paraíso. Tem gente que é cego porque se recusa a enxergar. Fidel teve seu lugar na história, num momento em que conseguiu derrubar uma ditadura corrupta, que vivia do sangue do povo cubano, até aí tudo bem, o mérito é inquestionável. Depois porém perece ter havido uma troca de seis por um quarto de dúzia.
Este discurso repetitivo da esquerda jurássica, é irritante. Principalmente quando sonham em implantar algo parecido com o "milagre cubano" aqui, como solução para a pobreza em nosso país, assim nivelamos todos pela pobreza, isto não funcionou em nenhum país, por isso todos os regimes comunistas caíram um a um, restando apenas Cuba, que sobreviveu só porque ninguém mais se importava com sua existência.
Acho que devíamos ouvir os próprios cubanos ao invés desses idiotas que fazem a apologia do fracasso. Com certeza temos desigualdades terríveis em nosso país, porém somos os grandes responsáveis, pela nossa displicência em exercermos a democracia, que nem nos importamos em compreender.
A democracia é o sistema político mais difícil de exercer, simplesmente porque é o único em que todos podem exerce-lo. Por exercer entenda-se, participar, ter consciência da coletividade, enfim tirar a bunda da cadeira e formar opinião, coisa que nesses sistemas ditos socialistas, não é possível porque só uma opinião vale, a do detentor do poder.
Se não estivéssemos em uma democracia, não seria possível expor certas "autoridades" e suas falcatruas, se conseguirmos exercer esta democracia concretamente, eles serão punidos também, além da exposição.
Estes ditos sistemas socialistas (comunistas na verdade) fracassaram porque não tiveram sucesso (não que tivessem esta intenção) em dar algum tipo de felicidade aos povos que subjugaram. Vá a Cuba sem espírito pré-concebido e converse com o cubano simples e veja se tem alguma esperança de melhorar de vida.

terça-feira, 4 de março de 2008

Laico?

Hoje vou variar um pouco de assunto, estou cansado de assumir a carapuça forçada de idiota. Está para começar o julgamento, no Supremo Tribunal Federal, sobre a constitucionalidade da Lei, que permite e estabelece as regras para pesquisa e desenvolvimento, do uso de células tronco no tratamento genético, de doenças e problemas de saúde insolúveis no momento.
Nunca escondi minha condição de agnóstico convicto, sempre me mantive neutro quanto aos conflitos dogmáticos inerentes à prática religiosa, seja qual for a religião. Sempre foi minha convicção, de que em princípio todas as religiões são basicamente boas, apesar disso não ter, para mim, o menor interesse. O que mudou foi a crescente influência das religiões, em assuntos essencialmente laicos, com as mais variadas interpretações sobre assuntos tais como, a definição do que é ou não é o ser humano , quando ele passa a se-lo e por aí afora. Isto começou quando se procurou definir quando uma pessoa estaria realmente morta, para fins de transplante de órgãos. Quantos morreram, na fila dos transplantes, devido a esta discussão estéril? Eles não mereceriam uma chance de sobrevivência? Deus, em sua infinita misericórdia, certamente concordaria em dar uma sobrevida ao desenganado. Pelo menos foi isso que sempre ouvi, enquanto fui submetido a uma educação religiosa, mal sucedida. Reconheço que é um assunto delicado.
Mas eu me pergunto, a definição física e real da morte, depende de conceitos religiosos? Quantos morreram porque não puderam receber transfusão de sangue, porque alguma religião condena, por razões que só ela pode entender, no tratamento de alguma doença, no tratamento de acidentados.
Temos tantas coisas mais importantes, do que estas discussões dogmáticas. No passado isto não chegava a ser um problema significativo, pois a influência, das diversas religiões e sua diversidade de conceitos e dogmas, era menos acentuada. Porém recrudesceu quando descobriram que as religiões tinham uma utilidade política enorme, como catalisador de conflitos e movimentadora de massas, gerando um combustível fantástico para alimentar guerras infindáveis, coisa em que as ideologias políticas perderam eficácia, como combustível de conflitos.
Andei estudando um pouco, nas últimas semanas e não consegui achar sequer um país, que misture religião nos assuntos políticos e que tenha qualquer tipo de sucesso, no desenvolvimento do bem estar de seu povo. Se estiver errado e houver uma só exceção, favor informar-me.
Continuo cada vez mais convicto, que religião e governo são imiscíveis e sobretudo creio firme e absolutamente, no direito que todos tem em escolher a religião que lhe aprouver, inclusive no direito inalienável de não ter qualquer religião. Se isso fosse um conceito respeitado, os conflitos do oriente médio já teriam sido extintos, por falta de combustível, Osama Bin Laden estaria criando cabras nas montanhas do Afeganistão, algumas doenças teriam cura, alguns transplantes teriam salvo mais desenganados e talvez estivéssemos vivendo um pouco melhor.
Se dependesse da Igreja católica, por exemplo, nosso planeta seria um prato e não uma esfera. Esperamos que a determinação dos cientistas e pesquisadores, não cedam ás tendências inquisidoras, que teimam em permanecer vivas.