terça-feira, 30 de setembro de 2008

Conscientização

A omissão é a maior arma do político, a maior causa da impunidade em qualquer lugar do mundo. É o motivo de termos sempre esta pecha de "idiotas", útil para a permanência dos políticos na cena eleição após eleição e isto não é um privilegio só nosso, algo semelhante ocorre na maior e mais rica democracia do mundo os E.U.A., normalmente demonizado como o "Império". O interessante é que o sistema educacional deles tem umas características, não tão ruins porém, parecidas com o nosso, ou seja a pobreza cultural, principalmente fora dos grandes centros, é enorme. Vá a uma capital de um dos estados secundários (não economicamente) como Tulsa no Oklahoma e tente achar alguma notícia de fora do estado, não digo nem de fora dos E.U.A.. Não vai achar nada, nem uma cópia do New York Times, será fácil de achar. O americano médio, principalmente do interior, é tão ignorante quanto nós, poucos sequer conhecem os políticos que os representam em Washington, até porque o voto não é obrigatório e olhe que eu não sou favorável ao voto obrigatório. A grande maioria que não vota, tem como característica algo muito comum por aqui a omissão. Quando as coisas vão mal, como agora por lá, todos reclamam mesmo os que não votaram, quem sabe na próxima eleição eles decidem escolher seu representante, para ter alguém para quem reclamar.
Como podemos observar, o exercício da democracia é trabalhoso, mas pelo menos pode-se pensar e agir por si próprio, nem sempre com sucesso é verdade, mas é inegável que há um prazer indiscutível e poder expressar suas idéias e convicções.
A conscientização é indispensável, os americanos estão provando as conseqüências da omissão, deixaram uma minoria gananciosa, esta não omissa, por no poder um presidente que é o seu instrumento, para atingir os fins, que são a causa real do que está acontecendo por lá.
O capitalismo tem este defeito fundamental, tudo é válido para atingir os fins, a única coisa que pode controlar e regulamentar esta característica, é a democracia consciente.
Ouvimos constantemente como esta crise pouco afetará nosso país, não vejo ninguém realmente explicar o porque disso. Eu sou um engenheiro, porém um economista curioso, leio muito do assunto procurando entender o que se passa por trás do "economês", o que ninguém diz claramente é que escapamos do olho do furacão, porque nossos juros são altíssimos e não faria sentido nossos bancos aplicarem dinheiro dos seus correntistas, a juros menores que os encontrados aqui, portanto nossos bancos não emprestaram dinheiro lá fora, ele tomam empréstimos mais baratos lá e emprestam mais caro aqui. Nem é dito que nosso sistema financeiro foi saneado, enfrentando a oposição dos atuais políticos no poder, nos anos 90. O atual governo pôs na presidência do Banco Central, um banqueiro de respeito, Tucano por sinal, que constantemente aumentou nossas reservas, sob críticas constantes, deixando nossa "burra" cheia, o que também nos ajuda muito a ficar longe do olho do furacão. Este é o maior mérito do nosso "presidente", aliás infinitamente mais inteligente que os seus "pares". Nunca vão reconhecer isto, o que explica este aparente "esquecimento", inclusive da mídia, financiada com benesses do governo, outro sinal da inteligência de nosso grande "líder"..
Como podemos ver, nem tudo é negativo neste governo, só a institucionalização da amoralidade administrativa e política, é que vai nos perseguir durante muito tempo ainda, fazendo-se necessário ter cada vez mais conscientização, para no futuro não elegermos um Bush tupiniquim, que conseguiu ser ofuscado por nosso "sapo barbudo", que saiu melhor que a encomenda......
DOMINGO PRÓXIMO, LEMBREM DAS PROPAGANDAS POSITIVAS DO T.R.E., E VOTEM COM CONSCIÊNCIA!!!!!! QUEM NÃO VOTA NÃO PODE RECLAMAR, CALE-SE PELOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jeitinho Brasileiro

Estive matutando sobre essas, aparentemente democráticas e liberais iniciativas, de tornar mais acessível aos pobres e membros de minorias étnicas, o acesso ao ensino superior. Como criticar tais iniciativas sem parecer elitista e retrógrado? Ou mesmo politicamente incorreto? Arrisco a despertar a ira de alguns eventuais leitores. Mas mesmo assim decidi expor meu ponto de vista.
Sou originário de uma educação essencialmente liberal e democrática, num primeiro momento senti uma certa simpatia a esses sistemas de "cotas", porém algo me incomodava. Afinal vivemos um momento contraditório em nosso país, onde passamos por uma fase extremamente positiva em nossa economia, com indicadores sociais inegavelmente positivos, então porque essa sensação de inquietação? Serei eu um eterno insatisfeito?
O que me incomoda é que todo este progresso tem um só objetivo, a manutenção do poder a curto prazo, não importando as conseqüências a longo prazo, à nossa futura convivência social. Característico do nosso tradicional "jeitinho brasileiro", tudo se justifica se isso significar uma vantagem imediata. O acesso ao ensino superior deveria ser igual para todos, o que sucede é que o sistema educacional público, foi literalmente demolido nos últimos 30 ou 40 anos. Porque? Uma convicção das famosas elites políticas, que o ignorante é mais fácil de manipular, além de que o que não era aplicado na educação tinha destino mais lucrativo, de imediato, em outras áreas. Assim ao longo dos anos, o ensino gratuito, este sim extremamente democrático, foi se degradando a ponto de ser incapaz de preparar quem quer que seja, pobre ou rico, para o inevitável processo de seleção para o ensino superior e ou profissional.
Como solucionar isso? Não existe solução de curto prazo, a solução real seria investir na formação e pagar salários dignos para a classe que é mais considerada e importante em qualquer país sério, os educadores. Olha que não sou professor! Antes que alguém ache que sou membro da classe.
Como fazer isso a curto prazo? Criando essas novas "castas", reservando vagas para pessoas em que o único "mérito" é ser pobre, de alguma cor, de alguma raça exótica ou mesmo tudo isso e mais ser simplesmente vagabundo. Há casos de aspirantes ao ensino superior, se declararem "pardos", mesmo estando simplesmente bronzeados, para serem admitidos a estas novas "castas".
Qual o resultado? Criar ressentimento, justificado por sinal, afinal o critério absoluto deveria ser a capacitação em conhecimento, assim porque estudar e se informar? Vamos improvisar, nos incluirmos em alguma minoria, afinal quem é totalmente isento de um "pé na África", ou uma longínqua origem silvícola? Afinal a maior característica de nosso país, é a diversidade de etnias, de imigrantes e a inevitável miscigenação, que sempre proporcionou uma grande tolerância racial, coisa rara no mundo de hoje.
O preocupante é manipular estes sentimentos delicados, arriscando a criar ressentimentos incontornáveis, vide o Oriente Médio, num país fundamentalmente miscigenado, afinal a único preconceito que sempre existiu, o social, está a caminho de uma gradual atenuação, com uma inegável redistribuição de renda, feita com intenções eleitoreiras é verdade, mas com resultados positivos. Não existe solução justa de curto prazo, para o acesso ao ensino superior e profissionalizante e isto não é conveniente às necessidades políticas, de quem quer o poder a qualquer custo, já.
Portanto a solução é o nosso tradicional "jeitinho brasileiro", não importam as conseqüências futuras, afinal "este não é meu problema no momento", mentalidade característica de nossa classe política, desde o início de nossa história.
LEMBREM-SE, DENTRO DE 18 DIAS TEREMOS ELEIÇÕES, VOTEM COM CONSCIÊNCIA. QUEM NÃO VOTA, OU ANULA O VOTO, OU VOTA EM BRANCO NÃO TEM DIREITO A RECLAMAR DE NADA!!!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tortura democrática

Como é penoso ser um democrata...... Já tentou assistir o horário eleitoral? Não se salva nem 10% do que se ouve lá. Eu sei que é difícil, pois a teoria democrática, é que todos tem direito a postular um cargo eletivo, mas não haveria um padrão de conhecimento ou cultura, alfabetização mesmo, a ser seguido? Mesmo algum padrão de maturidade também, pois já presenciei alguns candidatos que mal tinham 18 anos, até aí nada contra, quanto antes você se conscientiza politicamente melhor, afinal não quero parecer contraditório, já que minha crítica primordial é a alienação política de nosso povo, mas acredito que para efetivamente representar um eleitorado, é necessário um mínimo de conhecimento, seja qual ele for, alguns candidatos sequer sabem se expressar, não quero falar de dominar o vernáculo, mas conseguir concatenar e expressar suas idéias.
Espero que pelo menos estejam se certificando que os candidatos sejam alfabetizados e que saibam algo mais, do que escrever o próprio nome. Afinal a constituição considera que para ser candidato, o indivíduo tem de ser alfabetizado.
Lembram daquele juiz eleitoral, que fez um teste de escrita e interpretação de texto, num grupo de candidatos a estas eleições? Foi um desastre, pelo que foi divulgado e até agora não desmentido. Como alguém pode se propor, a criar novas leis para melhorar a vida de seus constituintes, sem saber pô-las no papel?
Nosso presidente provavelmente discordará de mim (quanta honra!!), afinal ele parece não ser muito íntimo com as técnicas de redação e leitura. Ele entende mesmo é de divulgar seus feitos, nunca vistos antes na história desse país.........
Entretanto, para seu crédito, ele reconhece que só num regime democrático pleno (quase pelo menos), foi possível ser eleito e esta é a grande virtude do exercício da democracia, que vem com alguns conceitos que ainda devem ser se aprimorados, tal como definir um mínimo de qualificação para alguém pleitear e exercer um mandato representativo em nosso congresso, câmaras estaduais e câmaras municipais.
Enquanto isso, é preferível ser torturado e viver numa democracia......
SUBMETAM-SE A ESTA TORTURA E SAIBAM ESCOLHER, AO MENOS EM QUEM NÃO VOTAR.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Cafarnaum Jurídico

Para nós leigos , o que presenciamos nessas discussões públicas sobre nosso judiciário, no mínimo passa uma imagem de uma grande confusão, com uma luta de bastidores sobre poder, quando no judiciário o importante não é o poder mas sim a justiça. Obviamente o judiciário é um poder, na medida em que suas resoluções são obrigatoriamente cumpridas, mas quando são contestadas, publicamente, dentro da sua própria estrutura, da mostras de estar num intricado cafarnaum.
É inacreditável como o foco da atenção oscila em nosso país. A cada dia que passa, vemos os eminentes juristas da cúpula preocuparem-se com o uso de algemas, com a "humilhação" que isto impõem ao preso..... Interessante, sempre pensei que a suprema humilhação é ser preso. Agora querem discernimento das nossas forças policiais, quanto à ocasião apropriada para algemar, nossas hostes policiais sequer sabem o momento certo para "fuzilar" o suspeito, quem diria algema-lo. Fuzila-lo seria a solução mais prática, assim não há que se preocupar depois em usar ou não a algema e acima de tudo não haverá humilhação, não?.....Ridicularização à parte, continuo acreditando firmemente que o problema não está nas algemas e sim na aplicação imparcial da justiça, algo que nunca foi realmente praticado, salvo poucas e certamente honrosas exceções.Há um consenso firmado, entre nós meros mortais, que a "justiça" é para quem tem recursos, sejam monetários ou de poder. O próprio "sistema" é baseado no acesso elitista à assistência jurídica, é claro que os advogados tem de ser remunerados, longe de mim presumir que a assistencial jurídica deva ser universalmente gratuita, afinal eles também tem "contas a pagar" assim como todos nós. O problema que a classe dos advogados, com o passar dos tempos, tornou-se uma corporação intocável, parecida com a dos médicos, onde os "leigos" são encarados como pessoas menores, um mal necessário que compõem o mercado de trabalho, assim como os pacientes.
O exercício da advocacia, similarmente como o da medicina, é essencial à nossa organização como sociedade, ela cuida da saúde de nossas instituições, algo parecido com a nossa saude física, ela é necessária ao entendimento, por nós leigos, das leis que regem nosso dia a dia, tão importante como nossa pressão arterial, ou nosso bem estar físico, sem dores ou angustias, que tanto afetam nossa qualidade de vida.É claro que como em toda classe profissional, seja qual ela for, há os bons e os maus profissionais, o problema é que o advogado, assim como o médico, lida com um conhecimento muito específico, que poucos compreendem, só sentem o resultado no final. Ambas as classes tem, por razões óbvias, órgão de classe que supervisiona o exercício da sua profissão, tentando garantir a retidão moral e técnica da conduta profissional. Entretanto sua atuação tem pouca transparência, ou pelo menos não é facilmente visível. O resultado disso, é que há novamente um consenso sobre a imagem negativa, muitas vezes injusta, da classe dos advogados. Quem não ouviu piadas irônicas e depreciativas sobre a classe? Assim como a dos médicos?Para nós meros mortais, o judiciário, em nosso país, é motivo de chacota irônica, o que é muito ruim para a estabilidade de nossas instituições, conheço poucos leigos que realmente confiam no nosso judiciário. Não quero generalizar, até porque tenho alguns bons e respeitados amigos nessa classe, pessoas em quem deposito minha total confiança, bem como meus interesses.
Para nós leigos, principalmente para quem tem formação técnica, é muitas vezes incompreensível porque a letra da lei vale tão pouco, mesmo aquelas leis que tem uma redação inteligível para nós e que são sempre "passíveis de interpretação". Quando se "interpreta" o cálculo estrutural de uma construção, ela quase sempre rui.
Outra característica curiosa da profissão, é a impossibilidade de haver cobrança de desempenho profissional, quanto a prazos e metas a atingir. Nas profissões "menores", o contratante exige metas e prazos a serem atingidos, caso contrário perde-se o cargo ou o emprego..... O sistema judiciário também é regulado por prazos, já tentaram prever algo com esses prazos? Nem tente, será explicado a você, exaustivamente, o porque não se pode prever nada através desses prazos, aliás quando há habilidade do advogado envolvido e recursos do cliente, há as maneiras que quase todos nós conhecemos, de entravar e atrasar o andamento das providências necessárias ao andamento dos processos, sem contar que há certas fases em que os julgadores sequer tem obrigação de obedecer a prazos. Longe de mim tentar aqui relacionar tais fases, ou tentar desvendar e expor o caminho que deveria ser seguido, para melhorar a eficiência do andamento, dos processos como um todo, até porque acredito não existir esse "caminho", não há interesse no próprio sistema em criar uma solução que desentrave um sistema por si só complexo, o que por si só é conveniente.
Quero deixar claro, que minha frustração não é um privilegio meu, quantas vezes você ouviu que "melhor um mau acordo, do que uma boa contenda jurídica"? E isso não é uma característica exclusiva de nosso judiciário. Juristas e eminentes especialistas no assunto, são os mais indicados a comparar as qualidades e defeitos de judiciários de paises diferentes e mesmo assim daria margem a verdadeiros tratados sobre o assunto.
Esta complexidade operacional, somada a natural complexidade de um arcabouço de complexas leis, são o refugio perfeito de maus profissionais e para a prática segura de má fé, que ficam impunes e prejudicam a tantos, que tem como característica comum limitação de recursos e distância do poder.
Vou novamente enfatizar, que são os bons profissionais, tanto na capacidade profissional, quanto na fortaleza de caráter, que sustentam a pouca credibilidade de um sistema fechado e extremamente corporativo.
Quem não ouviu sobre os famosos "precatórios" que obrigariam o estado a indenizar pessoas prejudicadas por ações indevidas do estado, onde a justiça o condenou a reparar os danos causados e que estão há anos parados, sem ter suas sentenças cumpridas? Quem tem o poder aí? Há perspectivas do cumprimento dessas sentenças? Quem não força o seu cumprimento é a própria justiça, com que justificativas?
Enfim espero um dia encontrar uma pessoa que possa dar respostas convincentes e honestas a estas questões, que minam mais do que aparentam a base de nossa democracia que, sem dúvida, tem no Judiciário um de seus pilares de sustentação.

LEMBREM-SE, EM OUTUBRO TEREMOS ELEIÇÕES, VOTEM COM CONSCIÊNCIA.