quarta-feira, 17 de junho de 2009

Semelhança

Sou um cinéfilo convicto, curto filmes dos mais variados gêneros, eis que outro dia, topei, na locadora com um filme dirigido por, na minha opinião, um dos melhores diretores em atividade, Robert Redford que além de ser um bom ator, revelou-se um diretor competentíssimo, sério e que não faz filmes vazios e sem um objetivo ou mensagem.

O filme chama-se "Lions and Lambs" (leões e ovelhas). Trata do atual conflito no Afeganistão e sua condução aparentemente desastrosa, depois de conseguirem uma aparente vitória inicial, contra aquele bando de loucos religiosos, os Talebans. Mas não trata disso meu comentário e sim uma história paralela, onde o diretor, que também atua tem alguns diálogos memoráveis onde seu personagem, um professor universitário, questiona os objetivos de vida de um aluno, brilhante porém sem rumo. Nestes diálogos ele expõem o estado do sistema educacional americano, que instrui seus alunos, sem dar-lhes cultura e sem explorar seus reais potenciais. O pano de fundo do Afeganistão, serve para realçar o quão fútil é o resultado deste sistema. Questiona a apatia com que os jovens, que apesar de uma certa politização, são totalmente alheios ao quadro político americano. Daí a semelhança citada na chamada deste texto.

Então vocês diriam, temos um quadro educacional semelhante ao americano? Absurdo. Nem tão absurdo, confunde-se instrução com cultura. Difícil haver cultura sem instrução, porém a instrução pura e simples não gera espontaneamente cultura.

O mais significativo, é a mensagem principal do filme , onde destaca-se a alienação do eleitor americano, principalmente da geração mais recente. Nada como a alienação que encontramos aqui, mas curiosamente num país com uma história de militância política, como a dos americanos, é surpreendente encontrar esta semelhança, aparentemente improvável.

O americano médio é extremamente provinciano, só se interessando por assuntos que o afetam diretamente, antes do conflito com o Iraque e Afeganistão, pouquíssimos lá, sequer sabiam da existência desses paises, talvez o Iraque devido à primeira guerra do Golfo, mas o Afeganistão era tão remoto como Netuno ou Plutão, no interesse do americano de classe média.

As perguntas que se fazem aqui, sobre personalidades políticas de nosso congresso, tem respostas semelhantes lá, que quando muito conhecem ou sabem o nome do "seu" deputado ou senador de seu estado, o resto não existe.

Aí surge a pergunta: porque o sistema lá parece funcionar melhor que aqui? Exatamente porque os políticos de lá procuram fazer algo de real e útil por "seus" constituintes, senão nunca mais são eleitos, coisa que aqui não acontece, onde nossos políticos literalmente se "LIXAM" pelo que nós eleitores idiotas pensamos deles.

Como podemos ver, a consciência dos eleitores é fundamental, para o funcionamento da democracia, por si só tão complexa.

Ruim com esse congresso medíocre, pior sem ele, apesar de sermos tentados de tempos em tempos, a prescindir dele.

VOTEM COM CONSCIÊNCIA, NÃO CONFIRMEM A CONVICÇÃO DE NOSSOS POLÍTICOS DO QUE SOMOS TODOS IDIOTAS.

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