quarta-feira, 16 de abril de 2008

Frustração

A cada dia que passa, vemos a mídia divulgar notícias, de fatos avassaladores de corrupção, nos mais diversos níveis da administração pública, direta e indireta. Pouquíssimas tem seu andamento seguido, porque isso?
Quando comentaristas sérios, abordam esses fatos, parecem que as palavras atingem ouvidos moucos, poucas pessoas escutam e de indignam. Mesmo comentaristas com linguagem mais agressiva e acessível, como Jabor, ou Mainardi, não encontram eco em seus comentários. Mesmo que só metade desses comentários fossem procedentes, já seria um escândalo. Porque os acusados não processam os seus detratores? Alguns o fazem, poucos entretanto. Quem cala consente? A mim me parece que sim.
Então porque nada acontece? Porque a grande mídia, divulga estas denúncias, fatura em cima da audiência imediata e depois deixa morrer. Novas virão, para manter seus números no IBOPE. Porque quando ocorre uma tragédia, como essa da menina arremessada pela janela, a mídia dá cobertura incansável, "ad nauseam" sem largar a carniça? Porque somos masoquistas, adoramos uma tragédia, somos fascinados pela desgraça dos outros e esquecemos as nossas. Não encaramos a balburdia legal em que vivemos, como uma tragédia por si só. Além disso esta cobertura não fere interesses "maiores", como no casos de corrupção. Os eventuais interesses feridos, são limitados aos diretamente envolvidos, muitas vezes injustamente condenados pela opinião pública, como no famoso caso da Escola de Base em São Paulo. Já disse uma vez, que mesmo na tragédia o governo tem sorte, as atenções são desviadas dele, para outras muito mais palatáveis às grandes massas, atiçadas pela mídia marrom.
Uma tragédia como essa da menina atirada, é certamente repugnante, seja quem for o perpetrante, mas a vida é povoada de tragédias, é da natureza humana e independe da natureza e do viés político dos governos, estes sim capazes de causar grandes tragédias coletivas.
Quando vemos a grande mídia, discretamente de mãos dadas com o governo..... Lembram-se do Collor? Ele foi eleito pela mídia e em seguida apeado dele, pela mesma mídia que o elegeu. Nesse caso quem convenceu a mídia, a apea-lo do poder, foi o "establishment" financeiro/industrial, que ele julgou incapaz de desafiar seus milhões de votos (votos ora votos). Nosso atual inteligente e perspicaz presidente, observou isso na época. Por isso se dá tão bem, com quem realmente dita as regras no país.
Há uma saída? Sim há, é só desenvolvermos uma consciência coletiva, aquela que apeia do poder, qualquer um que transgrida ostensivamente, o padrão ético que comanda as ações públicas. Vejam o que acontece nos paises que possuem uma consciência coletiva, onde às vezes ações, para nós prosaicas e menores, expulsam políticos e burocratas, de seus cargos, rumo à desgraça pública, ocasionando às vezes suicídios, coisa impensável em nossa cultura.
Porém receio que isto dificilmente ocorra em nosso país. Não convém aos detentores do poder, nunca conveio, este governo que aí está, só difere dos anteriores, no desprezo ostensivo, que demonstra, pela ética, conceito este de difícil assimilação pelas massas, mais preocupadas com seus problemas imediatos de sobrevivência, com uma certa razão admito.
DENTRO DE ALGUNS MESES TEREMOS ELEIÇÕES, VOTEM COM RESPONSABILIDADE.

Nenhum comentário: