Esperança

No passado já expressei minha admiração, por uns poucos compatriotas e não posso deixar de me repetir.

Neste domingo assisti ao jogo final da Liga Mundial de Vôlei (sim, maiúsculo ao contrário do sarney). Foi uma oportunidade para renovar a esperança em este nosso país. Somos um povo essencialmente individualista, não temos quase nenhuma consciência coletiva, não nos envolvemos com política, cuidamos dos nossos problemas pessoais, sem se dar conta que muitos deles são decorrentes de grandes problemas coletivos. É um círculo vicioso.....

Ver aqueles rapazes jogando com uma garra e dedicação admiráveis, com uma emoção indescritível, me fez pensar, refletir, como isso é possível? Afinal são Brasileiros (esses sim maiúsculos), latinos, emotivos, não tem o controle emocional necessário a manter o equilíbrio, numa situação tão tensa como o último set, onde estiveram atrás no placar até os 9 pontos de 15 possíveis. Afinal os adversários, estes sim frios e agressivos (há alguém mais agressivo, mais frio que os Sérvios?) e além disso com um ótimo time e com um jogador aparentemente imbatível.

Alguém inculcou neles um senso de coletividade, de espírito de equipe (este sim positivo). É uma nova equipe, dois terços dos jogadores, nunca tinham jogado numa final deste calibre. A maioria muito jovem, onde está o segredo?

Eu não tenho a menor pretensão em ser comentarista de esportes, apenas aprecio um esporte praticado com gosto, dedicação. Ah, se nosso futebol fosse jogado com esta garra, sem aquela necessidade do craque, que sozinho "desequilibra" a partida, onde se o infeliz tiver o azar de estar num dia de pouca inspiração, será crucificado entrando num inferno astral, como já vimos tantas vezes. Porque será que "nuestros hermanos del sur", sempre são temidos pelo seu futebol? Não é porque tem mais habilidade nos pés, eles tem um senso coletivo melhor e uma garra infinitamente maior, isto sim assusta, já viu algum time argentino "entregar" um jogo? Eles lutam até o último segundo, como fizeram nossos bravos jovens, perante a fria determinação Sérvia.

Será que o grande responsável é só o grande técnico Bernardinho? Prefiro acreditar que ele tenha sido o catalisador de um grupo de jovens, que talvez represente uma nova mentalidade, de uma nova geração.

Sim, senti um fio de esperança, um orgulho de ser representado perante o mundo, por um grupo tão bravo e corajoso.

Oxalá esta nova geração prevaleça sobre a nossa, cansada e desmotivada, pelos sarneys da vida, pelos sérgios morais, wellingtons salgados (todos minúsculos), que tanto nos envergonham, escarnecem, impunemente......

NÃO REELEJAM NINGUÉM NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.