sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Bope, um filme surpreendente

Ouvi muito falar desse filme, começando pelo fato de muita gente te-lo visto, antes do lançamento, via cópias piratas. Mas atrás disso estava um filme, para mim pelo menos, surpreendente.
A comunidade cinematográfica, geralmente esquerdista, mostrou tudo aquilo, que o cidadão comum tinha curiosidade de ver e que os pseudo intelectuais abominam, a violência "aparentemente" gratuita. Eu destaquei o "aparentemente" por razões óbvias. Nada é gratuito na luta contra a criminalidade, esta não tem regras a cumprir, conseqüentemente tem uma vantagem invejável. Algo parecido com o que acontece com o terrorismo, de quem aprenderam a absorver parte das táticas, adaptadas para seus objetivos.
Eu não estou fazendo a apologia da violência, mas é inegável que todos somos afetados por ela, os violentos tem seus defensores, justamente nas conhecidas entidades de defesa dos direitos humanos. Afinal os criminosos não são burros, eles sabem que tem defensores ferrenhos nestas entidades, elas servem a seus propósitos. Sei que algumas pessoas quando lerem este texto, terão crises de ódio contra estas idéias.
Vamos lá, quem já ouviu de alguma dessas entidades visitarem as vítimas reais, em solidariedade pelo seu sofrimento? Se visitaram, não souberam divulgar a visita. No filme vemos o tráfico utilizar uma ONG com objetivos louváveis com certeza, em benefício próprio, ficção??? Não creio. O aliciamento de jovens de classes mais abastadas em seu proveito, pelo tráfico, é um fato conhecido, nada de novo nisso.
Eu me ponho na pele de um policial, que sobe aqueles morros atrás de bandidos, sabendo que se capturados estarão mortos e entendo a falta de hesitação dele, em matar o bandido.
Utilizando uma frase, dita por não sei quem, "o filme mostra o bandido tratado como bandido e a polícia sendo como todos gostaríamos que fosse", nada de genial, só retrata um diagnóstico preciso do sucesso do mesmo.
Precisamos deixar de sermos hipócritas, a defesa dos direitos humanos deve existir sim, mas só dos humanos, os desumanos são facilmente detectáveis, certos atos praticados, são facilmente qualificados como desumanos, arrastar uma criança por alguns kilometros, despedaçando e matando-a é o que? Torturar até a morte um jornalista porque ele presenciou e registrou crimes é o que? Estuprar uma criança e mata-lá com requintes de crueldade é o que? Explodir uma bomba no meio de um parque cheio de crianças é o que?
Poderia descrever atos desumanos sem parar, temos exemplos infindáveis na história. Direito humano é o de viver em paz, coisa que sem perceber perdemos no nosso país, dito pacífico.
O mais surpreendente neste filme, é não ter percebido uma grita geral e histérica, contra ele. Estranho não? Onde estão aquelas correntes politicamente corretas? Será que as mesmas também caíram na real? Não creio.
Eu não sou um crítico técnico de cinema, apenas gosto de filmes bons, este nem é um filme tecnicamente sofisticado, tem momentos de imagens ruins, difíceis de visualizar, mas isto em nenhum momento compromete a imagem real que o mesmo quer retratar.
Eu tenho a convicção de que a violência generalizada por parte da polícia é perigosa, o conceito de esquadrão da morte é perigoso, o poder da vida e da morte na mão de um qualquer é perigoso, mas o poder da vida e da morte na mão dos criminosos também é inaceitável.
No dia em que os nossos "representantes" no congresso, que nós mesmos colocamos lá, preocuparem-se menos com o uso de celulares nas salas de aula, a ponto de votarem uma lei sobre isso em tempo recorde e utilizarem esta eficiência, em leis mais importantes para a sociedade, teremos dado um grande passo na organização da nossa sociedade.

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